sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Os quatro segredos da gestão eficaz - METAS DE APRENDIZAGEM

By JARDINEIRO   Posted at  16:18   gestão escolar No comments

Pesquisa exclusiva revela a combinação que abre as portas para melhorar cada vez mais o desempenho da escola



METAS DE APRENDIZAGEM


Notas para refletir A gestão funciona quando a avaliação externa impulsiona a aprendizagem 
Recentes no cenário educacional brasileiro, as avaliações já aparecem entre os principais interesses dos gestores escolares - que, ao ver sua instituição em posição não confortável em relação à rede, se sentem incomodados e começam a trabalhar para reverter a situação. Nas dez unidades visitadas durante o estudo das práticas eficazes de gestão, os pesquisadores detectaram grande interesse das equipes em melhorar esses indicadores.

Nas escolas mais bem avaliadas, os resultados da Prova Brasil e do Ideb são compartilhados com a equipe e estão afixados em local visível a todos. Só essa atitude pode ser apontada como um diferencial no desempenho dos alunos. Porém nenhum gestor conhece com clareza os indicadores que compõem a nota, o que impede que haja uma mobilização real em projetos que melhorem a aprendizagem.

Essa conclusão é amplamente confirmada pelos números da pesquisa do Ibope (como mostra o quadro abaixo). "A nota obtida pela escola nesses exames serve para levar toda a comunidade à análise e ao questionamento", afirma Jussara Hoffmann, autora de livros sobre a relação entre provas e aprendizado. É preciso que a equipe gestora identifique as competências em que os alunos foram bem avaliados e quais são os objetos de ensino que precisam ser trabalhados com os professores para que esse desempenho melhore cada vez mais.
22% citam as avaliações externas como um dos principais avanços da Educação.
Porém 36% não conhecem o Ideb da escola que dirigem.
O diretor e as metas de aprendizagem
As provas realizadas pelas redes ou pelo MEC para medir o desempenho dos alunos e das escolas foram o segundo item mais citado pelos gestores escolares como a medida de maior impacto positivo na Educação nos últimos dez anos (só perdem para os cursos de formação de professores, citado por 30% dos entrevistados pelo Ibope). Porém 36% dos diretores admitem não conhecer a nota da própria escola, o que mostra o descaso com a informação. A maioria (61%) reconhece a importância da avaliação externa. Mas, na hora de atribuir a responsabilidade pelo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o governo aparece em primeiro lugar, com 58%; a comunidade em segundo, com 16%; o professor, o aluno e a escola em seguida, com 13%, 9% e 7%, respectivamente; e, numa demonstração de corporativismo, o próprio diretor só é visto por 2% dos entrevistados como responsável, como se não fosse ele o principal líder da escola.

Fonte FVC/Ibope
61% acham que as avaliações externas são importantes para a escola.
Porém 2% reconhecem que o diretor é responsável pela nota baixa da escola no Ideb. 
Cabe ao diretor analisar se o ambiente escolar é propício ao desenvolvimento das crianças e dos jovens e se há materiais diversificados. "Na maioria das vezes, a resposta vai ser 'não'. E aí começa o trabalho para melhorar as condições da escola e a formação docente", diz Jussara.

Cleuza Repulho, ex-diretora de Programas de Fortalecimento Institucional e Gestão de Sistemas do MEC e atual secretária de Educação de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, acredita que as avaliações externas também são úteis para que os gestores escolares busquem referências no entorno: "Como os dados são públicos, é perfeitamente possível entrar em contato com uma escola da vizinhança com a proposta de compartilhar projetos pedagógicos e práticas de gestão que possam ser adaptados às necessidades de sua unidade."

Outra vantagem das provas é que elas permitem enxergar os pontos fortes e fracos de cada escola e, com isso, revisar o projeto pedagógico com a ajuda da comunidade. "Muita gente não faz um diagnóstico realista da situação e acaba achando que está tudo bem. Esse olhar externo é uma nova oportunidade de mostrar a situação real e, com isso, promover mudanças necessárias", afirma Cleuza.

Para ficar atento às metas de aprendizagem e usar bem o resultado das avaliações, é aconselhável:
- Refletir sobre os objetivos da prova e procurar compreender o tipo de ensino que é preciso promover na escola para que os alunos adquiram as habilidades exigidas.
- Avaliar com a comunidade como se aproximar do perfil buscado pelos avaliadores.
- Organizar a infraestrutura adequadamente com base nas metas de aprendizagem.
- Entender os fatores que interferem nas notas das provas (evasão, repetência, ensino).
- Avaliar em que disciplinas ou séries estão localizados os piores resultados e quais são os motivos que levam a isso.
- Planejar a formação continuada dos professores com foco nas necessidades de aprendizagem dos estudantes.
- Criar condições de melhoria do aprendizado, planejando tempos maiores de formação da equipe docente ou revendo o currículo.
Base para mudar
Foto: Tamires Koop
Foto: Tamires Koop
"Fizemos a primeira Prova Brasil, em 2005, só por obrigação, porque eu já sabia que a escola não se sairia bem. Quando analisei as questões, percebi que elas exigiam reflexão e relacionamento de informações e esse não era o foco do ensino que oferecíamos. Isso foi um alerta para nós. A maneira como nossos professores trabalhavam não correspondia aos parâmetros de qualidade exigidos. O resultado foi um choque: nota 3,5 no Ideb. Imediatamente, iniciamos um trabalho de reestruturação do currículo e de formação dos professores. Em 2007, nossa nota subiu para 3,7, um aumento pequeno, mas importante, porque nesse período incluímos estudantes com necessidades especiais - e todos participam do exame. Depois da segunda avaliação, passamos a fazer uma parada pedagógica quinzenal de duas horas (além dos encontros semanais por disciplina). Em maio e agosto, fizemos dois simulados disponíveis no site do MEC. Os resultados foram 4,2 e 4,6 e, por isso, estamos esperançosos de que esses números se repitam na Prova Brasil de verdade."
 

Nota sobre o autor

Jardineiro é blogueiro e autor do blog saber pragmatico. É graduado em Pedagogia e Gestão pública (IFPR)e pós-graduado em políticas públicas pelo IFPR.

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