segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Alfabetização e tecnologia

By JARDINEIRO   Posted at  15:55   Alfabetização No comments

Cada vez mais escolas têm computadores e lousas digitais à disposição. Saiba como incluir esses e outros recursos no planejamento de atividades desafiadoras

Lápis e papel. Houve uma época em que esses eram os utensílios disponíveis para escrever, tanto na escola como fora dela. Com o passar do tempo, as máquinas de datilografar, primeiro, e os computadores, depois, foram invadindo os mais diversos ambientes, mas não a sala de aula. Uma pena. Se equipamentos desse tipo fazem parte do dia a dia da maioria das pessoas, que os usam socialmente para redigir, não há porque ignorá-los em atividades de alfabetização. Felizmente, a tendência é que isso mude com a informatização das escolas. Há dez anos, 16% delas tinham computador para uso dos alunos e 12% contavam com acesso à internet - só na opção discada -, conforme dados do Ministério da Educação (MEC). Em 2012, eram 57% com micros para uso didático, 52% deles conectados à rede. O recurso deve chegar a todas as escolas nos próximos anos, razão para que você esteja preparado para usá-lo da melhor forma.

É preciso estar atento, porém, a um ponto: a presença da tecnologia não é garantia de aprendizagem. Não bastam laptops à disposição na sala, por exemplo, se eles só são usados para jogos - esses aplicativos certamente chamam a atenção da meninada, mas poucos proporcionam desafios e reflexões sobre a leitura e a escrita. Mesmo quem não sabe ler e escrever, acredite, pode enfrentar o computador em atividades com foco na alfabetização. Afinal, muitas crianças aprendem as letras em um teclado e todas podem usá-lo para grafar palavras da maneira que sabem, mesmo que não seja convencionalmente.

A argentina Ana Teberosky destaca no livro Contextos de Alfabetização Inicial (176 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 48 reais) que diante do teclado o aluno usa as duas mãos para digitar e, em vez de traçar grafias, deve escolher uma das opções para apertar: estão à disposição dele todas as letras possíveis para compor uma palavra (um conjunto finito com uma disposição diferente da alfabética). As peculiaridades continuam: o computador permite relacionar as letras impressas no teclado com as imagens que aparecem na tela e escolher formatos variados.

Os recursos tecnológicos não são a salvação para o déficit do conhecimento em leitura e escrita, conforme afirma Emilia Ferreiro, psicolinguista argentina radicada no México. Para ela, no entanto, com a ajuda deles ocorrem práticas que levam à alfabetização "que corresponde ao nosso espaço e tempo". No livro O Ingresso na Escrita e nas Culturas do Escrito (488 págs., Ed. Cortez, tel. 11/3611-9616, 65 reais), ela destaca algumas contribuições das tecnologias para o ensino: deixam mais acessível uma grande diversidade de textos (o que é essencial para alfabetizar), dão mais autonomia ao aluno (já que ele tem à disposição ferramentas que apontam falhas na escrita independentemente das indicações do professor, como corretores ortográficos) e reforçam a ideia de que professores ou livros didáticos não são a única fonte de informação.

"Com o bom uso da tecnologia, aliado aos outros recursos, a criança tem mais uma possibilidade de entrar em contato com os desafios dessa fase", afirma Nanci Folena Pereira Sousa, chefe da Seção de Laboratório e Educação Tecnológica da prefeitura de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo. As possibilidades são muitas. Nas páginas seguintes, apresentamos projetos didáticos e atividade permanente realizados com sucesso na pré-escola e no 1º ano, em que são usados programas como jogos, o Word e o PowerPoint, e equipamentos como a lousa digital e o Datashow, além da internet. Para que a turma cumpra bem os desafios e avance, você verá, o professor deve continuar realizando um planejamento cuidadoso e intervenções adequadas a cada momento. Os estudantes, por sua vez, seguem refletindo sobre o sistema de escrita, discutindo com seus pares e pedindo informações ao educador sempre que necessário. Enfim, uma alfabetização adequada aos dias de hoje

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Nota sobre o autor

Jardineiro é blogueiro e autor do blog saber pragmatico. É graduado em Pedagogia e Gestão pública (IFPR)e pós-graduado em políticas públicas pelo IFPR.

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